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No primeiro concerto do ano, USP Filarmônica e Alma celebram o centenário da Semana de Arte Moderna de 1922

Mais importante movimento cultural brasileiro do século 20, a Semana de Arte Moderna de 1922 representou uma forte mexida no caldeirão artístico nacional com sua proposta de renovação de linguagens na literatura, nas artes plásticas e na música, marcando, oficialmente, o começo do Modernismo. Entre os artistas participantes, estava o jovem compositor carioca Heitor Villa-Lobos, que fez ali sua estreia profissional, regendo os concertos do evento e apresentando suas composições. Se naquele momento, Villa-Lobos foi vaiado, hoje, 100 anos depois, o compositor é reverenciado mundialmente por sua originalidade e genialidade e tido como um dos maiores nomes da música erudita de todos os tempos.

No próximo sábado (22), a USP Filarmônica e a Alma abrem suas temporadas de 2022 com um concerto conjunto comemorativo ao centenário da Semana de Arte Moderna - que será completo em fevereiro -, e à obra de Villa-Lobos. A apresentação será presencial, no auditório da Faculdade de Direito de Ribeirão Preto, da USP, às 20h, com entrada gratuita.

O programa executará peças de três momentos distintos da obra de Villa-Lobos. Na abertura, “Bachianas nº 5”, que rememora os clássicos e homenageia o compositor alemão Johann Sebastian Bach; composta para sopranos e orquestra de violoncelos. Em seguida, “Choros nº 7”, composição mais experimental, do período em que Villa-Lobos esteve em Paris e teve contato com a vanguarda da época. Para encerrar, o concerto para violão e pequena orquestra, com três movimentos, que é um dos mais conhecidos e executados no mundo, da fase mais clássica do compositor brasileiro.

Para a apresentação de “Bachianas nº 5”, USP Filarmônica e Alma  convidaram a soprano Raquel Paulin. Formada pela Escola Municipal de Música de São Paulo, ela integrou o elenco de “O Fantasma da Ópera”, participou de estreias mundiais em importantes espaços, como a Sala São Paulo, e se apresentou com a USP Filarmônica no ano passado. Raquel tem ainda grande experiência com teatro musical e operístico e, por dois anos, atuou como solista no Theatro São Pedro, em São Paulo.

Para “Choros nº 7”, o convidado é o violonista Gustavo Costa, premiado em importantes concursos de violão no Brasil, França e Espanha; e ganhador de um Grammy Latino com o CD Brazilian Guitar Quartet plays Villa-Lobos, gravado com o Quarteto Brasileiro de Violões. Costa é professor de violão e viola caipira no Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras da USP de Ribeirão Preto (FFCLRP), e apresenta-se como solista e camerista em festivais nacionais e internacionais. Além de Raquel Paulin e Gustavo Costa, o concerto contará com a participação de professores parceiros da USP Filarmônica e da Alma.

Para Lucas E. S. Galon, maestro da USP Filarmônica e diretor artístico da Alma, o concerto pontua mais uma importante parceria entre as duas instituições. “A Alma realiza um projeto de educação musical e de outras artes, como dança e teatro, com o objetivo de preparar seus alunos tanto para a academia, como para o mundo profissional. E o contato com o Departamento de Música da USP Ribeirão proporciona uma fundamental troca de aprendizados”, assinala Galon, que é multi-instrumentista, compositor, mestre e doutor pela Escola de Comunicação e Artes da USP (ECA-USP), além de pós doutor pela FFCLRP/USP-RP.

Apresentado pelo Ministério do Turismo, Governo do Estado de São Paulo, por meio da Secretaria Estadual de Cultura e Economia Criativa, Prefeitura Municipal, USP Ribeirão Preto e Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto, o concerto seguirá as orientações dos protocolos sanitários em torno da pandemia do Coronavírus e por conta disso será obrigatório o uso de máscara e apresentação do comprovante de vacinação para entrada.

“Estamos muito felizes de podermos, aos poucos, retomar as apresentações presenciais após a extensão da cobertura vacinal. É realmente muito duro para o artista ficar longe do público e os quase dois anos de atividades virtuais foram bastante difíceis. Faremos esse concerto com todos os cuidados e, certamente, será uma experiência especial para nós e para o público”, ressalta o maestro Lucas E. S. Galon.

Dulce Neves, presidente da Alma e da Fundação do Livro e Leitura, adianta que as atividades da agenda da instituição para 2022 serão norteadas pelos 100 anos da Semana de Arte Moderna e pelos 200 anos da Independência do Brasil, a começar pela Feira Internacional do Livro, que deverá ser realizada de forma híbrida (virtual e presencial). “Estamos confiantes na trégua da pandemia e no retorno de programações presenciais. Porém, as atividades online vieram para ficar e não há mais como abrir mão delas”, enfatiza Dulce.