Como parte das comemorações dos 10 anos da Alma, o espetáculo “O Jovem Rei – Teatro” terá única apresentação para o público no dia 20 de setembro (sexta-feira), às 20h, no Teatro do Campus da USP. Esta será a primeira vez que a parte teatral do projeto será encenada de forma independente, após a estreia da ópera completa em junho deste ano, com a participação de quase 100 artistas entre cantores, atores, músicos instrumentistas e solistas, alunos e professores da Alma, do Coral do Estúdio de Ópera Minaz e da USP Filarmônica. O texto, escrito por Lucas Galon e inspirado no conto homônimo de Oscar Wilde, explora questões profundas sobre poder, justiça social e a busca por significados humanos, com ênfase no desenvolvimento cênico e no trabalho dos atores.
Dirigido pelo professor e coordenador do núcleo de teatro do Alma, José Maurício Cagno, que também assina a concepção de iluminação e cenografia, o espetáculo reúne 18 atores e atrizes que participaram ativamente da construção do projeto “O Jovem Rei” desde agosto de 2023. Cagno explica que desde o princípio, o processo foi imersivo e cuidadoso, com o foco inteiramente voltado para a criação teatral. “A estrutura de teatro foi a base de todo o projeto. Trabalhamos com os atores de setembro de 2023 a maio de 2024, e só depois os cantores e a orquestra se somaram a essa criação coletiva. Agora, trazemos para o público a essência do trabalho, que é inteiramente teatral”, explica o diretor.
Sobre a montagem, Cagno destaca que a trilha sonora, retirada da gravação original da ópera, desempenha um papel complementar. "A música está presente para criar transições e climas, mas o centro da montagem é o trabalho do elenco. É uma peça rica em movimentação, ocupação de cena e interpretação, com uma mensagem muito forte e atual", comenta o diretor.
“Depois de toda a grandiosidade da obra completa, apresentada em junho, ver o texto ganhar vida no palco, agora como uma peça teatral, é mais um marco nesta trajetória de dez anos da Alma e sinal de seu comprometimento em proporcionar ensino artístico de qualidade e oferecer uma agenda cultural diversificada ao público", comenta a presidente da Alma, Dulce Neves.
A história do jovem rei
A trama de “O Jovem Rei” segue a jornada de um jovem que descobre ser filho bastardo de um rei falecido e está destinado a assumir o trono. Inicialmente fascinado pela beleza e pompa da realeza, ele idealiza uma coroação grandiosa, com as vestes mais luxuosas e os objetos mais preciosos. No entanto, ao longo do processo, o jovem enfrenta uma série de sonhos reveladores, nos quais é confrontado com a dura realidade do sofrimento humano, da pobreza e da exploração por trás da sua visão de beleza. No ápice da história, ele renuncia aos símbolos de poder e opta por uma coroação simples, em consonância com suas novas convicções.
Cagno acredita que a narrativa carrega uma mensagem poderosa e extremamente relevante para os dias atuais. “O espetáculo reflete a busca por uma beleza que transcende a superficialidade. A beleza verdadeira, como dizemos na peça, precisa estar conectada à bondade, e isso é algo que precisamos resgatar em tempos de tanta aparência e de pouca substância”, afirma o diretor. “Nos sonhos do jovem rei, ele é desafiado a enxergar além das aparências e a compreender a complexidade da vida e das relações humanas. Isso é o que faz a peça tão universal e atemporal”, completa.
O espetáculo é uma realização do Ministério da Cultura e da Alma. Conta com patrocínios das empresas: Ópera - Usina Alta Mogiana S/A; Sinfonia - NECTA e GSInima Ambient; Suíte - Cutrale, Santa Helena Indústria de Alimentos S/A, Interunion, Tereos e Usina Vertente; Ária - Goiasmaq, Suprir e Grupo Intelli. Conta também com a parceria da Universidade de São Paulo, por meio do Departamento de Música da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto, e com o apoio da Prefeitura de Ribeirão Preto.
