Para o topo
Área restrita do Aluno
Nosso canal no Youtube
Siga no Instagram
Siga no  Facebook
Área restrita do Aluno
Nosso canal no Youtube
Siga no Instagram
Siga no  Facebook
receba nossas novidades
Enviar

novidades

Concerto Sinfônico Literário abre 17ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto

publicado em: 30/05/2017

Concerto Sinfônico Literário abre 17ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto

Ribeirão Preto (SP), 29 de maio de 2017 – No dia 3 de junho, às 19h, no Theatro Pedro II, acontece a abertura da 17ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto. A feira, que será totalmente gratuita e aberta ao público, tem início em grande estilo com o Concerto Música Sinfônica Brasileira Inédita com Literatura Portuguesa Consagrada da USP-Filarmônica & Orquestra Jovem Acadêmica Alma (Academia Livre de Música e Artes). Um dos mais importantes eventos culturais da América Latina, a feira acontece de 4 a 11 de junho e traz uma programação diversificada com mais de 260 atividades, promovidas pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto em parceria com o Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura e Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Usina Alta Mogiana.

“Homenageando a produção de escritores portugueses, com o poeta Fernando Pessoa em destaque, o espetáculo de abertura inova com obras lítero-musicais inéditas e compostas especialmente sob encomenda aos compositores ribeirão-pretanos, Rubens Russomanno Ricciardi, José Gustavo Julião de Camargo e Lucas Eduardo da Silva Galon”, explica a presidente da Fundação do Livro e Leitura, Adriana Silva (curadora da feira). O concerto também apresenta jovens cantores solistas ribeirão-pretanos ou radicados em Ribeirão Preto, alunos ou ex-alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.

O diretor artístico e regente do concerto, Rubens Russomano Ricciardi, avalia que a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto vem se consolidando há 17 edições como um dos principais eventos literários e envolvendo os mais diversos projetos editoriais no Brasil. É a primeira vez que a USP - Filarmônica (orquestra da USP-Ribeirão) participa da feira, numa parceria com o Projeto Alma. Para o regente abre-se um novo e fecundo caminho no qual literatura e música se encontram definitivamente - já que foi feito um trabalho autoral com a criação de composições para o espetáculo. “Obras literárias receberam versões vocal-sinfônicas inéditas numa unidade instigante entre poética literária e poética musical. A feira passa a ser também sede da música do aqui e agora, reunindo não só no concerto de abertura solistas cantores e músicos instrumentistas, mas valorizando artistas locais”.

O concerto marca a estreia mundial destas obras que serão apresentadas ao público. A produção inédita é inspirada na canção sinfônica brasileira de meados do século XX, que tem nas figuras de Claudio Santoro e Gilberto Mendes suas principais referências. Os dois cancionistas protagonistas são precursores da Bossa-Nova e se encontraram com poetas como Antonieta Dias de Moraes e Vinícius de Moraes, cuja obra resultante refuta a auto-proclamação de Richard Strauss como último cancionista sinfônico da história. Ricciardi ressalta que fontes primárias de Claudio Santoro e Gilberto Mendes integram as coleções do Centro de Memória das Artes da USP-Ribeirão, tornando-se objeto de pesquisa e divulgação do NAP-CIPEM (Núcleo de Pesquisa em Ciências da Performance em Música). “Estas versões inéditas de Gilberto Mendes e Claudio Santoro são também referências importantes para os compositores hoje atuantes em Ribeirão Preto”.


Segundo Lucas Galon, diretor artístico-pedagógico da Alma, a orquestra jovem acadêmica une-se à Filarmônica USP, celebrando mais um concerto, fruto do convênio entre as entidades, em ambiente propício à difusão da música atrelada à literatura. “Este convênio proporciona aos alunos o contato com o universo do ensino superior em música e especialmente neste concerto de abertura da Feira do Livro. O evento tão aclamado da cultura ribeirão-pretana, permite que os alunos experimentem um ambiente fecundo, lidando diretamente com a arte contemporânea, uma vez que as obras são inéditas, de compositores locais, baseados em textos de poetas portugueses”.

Os ingressos para a abertura devem ser retirados na bilheteria do Theatro Pedro II, no dia do evento e estão sujeitos à lotação do espaço.

Sobre as composições e seus compositores

Rubens Russomanno Ricciardi escolheu para sua composição Agora que sinto amor, um dos mais fortes poemas de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa - grande homenageado da Feira. As contradições na poesia de Alberto Caeiro formam a estrutura musical, marcada pela relação não menos contraditória de proximidade e distância com a filosofia de Nietzsche e a música de Wagner, entre romantismo dionisíaco lírico-sentimental e dramático, de um lado, e futurismo apolíneo técnico-científico, de outro. Os humores da poesia de Alberto Caeiro, num mundo da obra que oscila a cada verso entre o século XIX - do qual pretende se libertar por conta de seu suposto desequilíbrio, e seu século XX, que já pressupõe a superação em relação às amarras redutivas da tradição, são aqui revisitados num exercício de imaginação daquilo que seria a música do próprio Fernando Pessoa: o moderno que se finge romântico, sendo deveras romântico.

Agora que sinto amor
Tenho interesse no que cheira.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova.
Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.
São coisas que se sabem por fora.
Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.
Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.
Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver

(Alberto Caeiro / Fernando Pessoa)

Lucas Eduardo da Silva Galon escolheu um clássico português como autor literário para sua composição musical: Luis de Camões e seu poema Busque Amor novas artes, novo engenho. A ideia de se atrelar às artes a condição de engenho fecundo remonta a Plínio Velho, ainda na Antiguidade Romana. O grande Camões, contudo, vai além. Entre contrastes e mudanças, coloca-se destemido em suas inovações - não obstante sua dor incontornável diante de algo maior que a própria invenção: o amor. O conflito insolúvel do amor marca a composição musical deste início do século XXI, num Camões revisitado, sempre já enaltecendo a atualidade da grande arte, mesmo aquela de séculos passados. Ou será que em nossos tempos sombrios já superamos até o mal do amor?

Busque Amor novas artes, novo engenho, 
para matar me, e novas esquivanças; 
que não pode tirar me as esperanças, 
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho! 
Vede que perigosas seguranças! 
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde 
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto 
um não sei quê, que nasce não sei onde, 
vem não sei como, e dói não sei porquê (Luis de Camões)

José Gustavo Julião de Camargo, em seu Venid a sospirar, compõe obra inédita para canto com orquestra tendo por base a tradicional melodia renascentista portuguesa do século XVI, oriunda do Cancioneiro de Elvas. A graça do poema erótico-amoroso camponês se traduz num feliz encontro de sonoridades luso-brasileiras de diversas épocas. Ritmos populares brasileiros se alternam à síncope renascentista portuguesa numa poli-estilística singular. Supera-se o espírito excludente, sectário e ensimesmado da velha vanguarda auto-proclamada, já há muito cansada e exaurida em sua aridez e pobreza de mundo, para se redescobrir, de mente aberta, o velho gênero da canção popular, abrindo-se novas possibilidades de poéticas musicais, cujo experimentalismo justamente consiste em revisitar a história, reavaliando os objetos de nosso passado numa perspectiva includente.

Venid a sospirar

al verde prado,
comigo Zagalejos

y vos pastores,
pues muero sin morir

de mal d'amores (poeta anônimo português do Cancioneiro de Elvas, século XVI)



fonte: Verbo Nostro

 

nossa agenda

07.12

Concerto de Natal Luzes na floresta

horário: 20h
local: Theatro Pedro II - Rua Alvares Cabral, 370 - Ribeirão Preto/SP

Saiba mais sobre

08.12

Concerto de Natal Luzes na floresta

horário: 19h
local: Theatro Pedro II - Rua Alvares Cabral, 370 - Ribeirão Preto/SP

Saiba mais sobre

12.12

Concerto de Natal Luzes na floresta

horário: 19h30
local: Centro Cultural Carlos Alberto Nicolau - Rua Alfredo Nogueira, 390 - São Joaquim da Barra/SP

Saiba mais sobre
Veja a agenda completa
CONVÊNIOS ALMA
Departamento de Música - FFCLRP/USP Escola Municipal de Música Giuseppe Sarti
Veja todos os convênios


Patrocínio Ópera:
 Alta Mogiana
 Necta
Patrocínio Sinfonia:
 Santa Helena
 GS Inima Ambient
Patrocínio Suíte:
 Interunion
Usina Vertente
 Tereos
Patrocínio Ária:
CAnesin
Tonin
TMA
tracan
Tarraf
Elmaz
Combustran
Escandinavia
Suprir
Goiasmaq
Cotave
SD
Parceiros:
 Núcleo de pesquisa FFCLRP
 Departamento de Múscia FFCLRP-USP
FFCLRP-USP
USP
Apoio:
 Prefeitura Ribeirão Preto
 Prefeitura Ribeirão Preto
 Saint Brunos
Cultura Inglesa
Cultura Inglesa
Realização:
Alma
CULTSP
Alma
Ministério da Cultura