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Centro Cultural Palace tem sua história contada em livro

publicado em: 12/06/2017

Centro Cultural Palace tem sua história contada em livro

O jornalista e cientista social José Manuel Lourenço, 53, lançou, no dia 5, às 17h, no Centro Cultural Palace, o livro “Palace Hotel: Café, Poder e Política em Ribeirão Preto”. A obra conta a história do edifício que deu origem ao Quarteirão Paulista, um conjunto de prédios na região central de Ribeirão Preto, formado pelo Theatro Pedro II e pelo edifício Meira Junior, onde funciona uma das mais conhecidas choperias do país.

O livro foi editado por “Alma Publicações”, um selo editorial desenvolvido pela Academia Livre de Música e Artes, que mantém um projeto cultural de música e teatro em Ribeirão Preto, com mais de 140 alunos, com foco na excelência do ensino em artes. Este livro será a primeira publicação do selo.

A produção do livro demorou cerca de um ano e meio e teve como base entrevistas feitas pelo autor com arquitetos, historiadores e ex-funcionários do antigo hotel, pesquisas nos arquivos Público e Histórico de Ribeirão Preto, da Câmara Municipal e do jornal A Cidade e em diversas teses e dissertações a respeito de Ribeirão Preto no início do século 20.

“Uma das preocupações do livro foi falar do Palace, mas dentro da história de Ribeirão Preto. O hotel não pode ser visto de forma isolada, como mais um prédio antigo, como muitos que existem hoje no centro da cidade, mas como algo que deve ser entendido como produto de uma época, marcada pela importância econômica e política que o café gerou em Ribeirão Preto”, disse. 

Por isso, a primeira parte do livro de 86 páginas e é praticamente toda marcada pela contextualização do período de surgimento do hotel. Um dos pontos citados é a existência de uma poderosa rede de influências, que misturava interesses pessoais, econômicos e políticos de diversas personalidades da época, e que girava em torno do coronel do café, Joaquim Diniz da Cunha Junqueira, o Quinzinho da Cunha.

O Palace Hotel começou a ser construído em 1924 e foi inaugurado dois anos depois. O prédio era propriedade de um próspero comerciante de café da época, Adalberto Roxo, e se chamava Central Hotel. O nome chegou a provocar alguma confusão, porque Roxo também era dono do Hotel Central, localizado exatamente ao lado do Palace e que foi derrubado para o surgimento do Pedro II.

Em 1927, apenas um ano após a sua inauguração, Roxo vendeu o Palace e demais edifícios dos quais era proprietário, na rua Álvares Cabral, para a Companhia Cervejaria Paulista, presidida pelo advogado João Alves de Meira Junior. Em 1930, surgia o Quarteirão Paulista, que herdou o nome da empresa de Ribeirão Preto.

Entre os pontos abordados no livro pelo autor estão uma falha cometida pela equipe técnica do Condephaat (Conselho de Defesa do Patrimônio Histórico, Arqueológico, Artístico e Turístico do Estado de São Paulo), que atrasou em quase onze anos o processo de tombamento do prédio. Também existem histórias contadas por antigos funcionários do hotel e bastidores do processo de transformação do prédio em centro cultural, sobretudo durante as duas gestões do antigo prefeito, Antônio Palloci Filho, no final da década de 1990 e início dos anos 2000. Uma das informações apuradas revela, por exemplo, que o Hotel Brasil - e não o Palace – foi a primeira opção para a criação do primeiro centro cultural na cidade.

“É impressionante perceber como foi doloroso e demorado o processo de transformação de um prédio que já estava em avançado estado de degradação em um centro cultural, que se tornou o principal ponto de referência dessa área na cidade”, disse José Manuel. “Mas, da mesma forma, também é fantástico notar como o Palace que temos hoje, imponente e vibrante como um centro importante de produção de cultura, sobreviveu ao ostracismo e ao descaso, graças à luta de um grupo de pessoas da cidade e do próprio conselho local de preservação do patrimônio. Sem eles, é provável que o Palace talvez nem existisse hoje. Foram verdadeiros heróis”, afirmou o autor.  

O livro “Palace Hotel: Café, Poder e Politica em Ribeirão Preto” faz parte da programação da 17ª Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto, que ocorre da cidade de 4 a 11 de junho.  

Leia um trecho da obra:

A transição de uma cidade rica, mas poeirenta, iluminada a lampiões de querosene, provinciana e com exíguas opções de cultura, para uma cidade com fortes melhoramentos urbanos e que se tornou rota obrigatória das principais companhias de teatro nacionais e internacionais, com uma vida noturna, digamos, bastante alegre, passou pelas mãos do próprio Guião, de coronéis como Manuel Maximiamo Junqueira, José Martimiano da Silva, Francisco Schmidt e de “civis”, como Flávio de Mendonça Uchôa, Joaquim Camilo de Moraes Mattos, Francisco Antonio Pompeu de Camargo, Jorge Lobato e Joaquim Macedo Bittencourt.

Em comum a todos, um nome: Joaquim da Cunha Diniz Junqueira, o coronel Quinzinho da Cunha, em torno do qual, girava uma sofisticada e extremamente forte rede de poder que calou opositores e transformou Ribeirão Preto na “Petite Paris”.

No entanto, ao lado dessa Cidade-Luz do Novo Oeste Paulista, existia também uma Ribeirão Preto com profundas diferenças sociais, preconceituosa e alvo de um processo de “higienização” da pobreza ou de algo que pudesse interferir no ideal de cidade sonhado pela elite ribeirão-pretana da época.

A exportação de pobres e de uma baixa classe média para a zona Norte da cidade, em locais, muitas vezes, insalubres, no antigo Núcleo Colonial Antônio Prado (1887), é um bom ponto de partida para se entender o caos social e urbano em que se encontra hoje essa região, a mais pobre e violenta da cidade.

O processo de limpeza da área central de Ribeirão Preto teve como foco principal a Praça XV de Novembro, marco zero da cidade e local de moradia da elite, como o próprio Quinzinho da Cunha, o coronel Quito Junqueira, Camillo de Matos, entre outros. Na rua Álvares Cabral, em frente à praça, a poucos metros dos casarões de Quito Junqueira e Camilo de Mattos, estava o Central Hotel.

Sobre o autor

José Manuel Lourenço é português e nasceu em Angola, há 53 anos. Atualmente é editor-assistente do jornal A Cidade, de Ribeirão Preto, e cientista social, formado pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp). No Brasil, trabalhou em veículos como a Folha de S.Paulo (Campinas e Ribeirão Preto) e Diário do Povo (Campinas). Em Portugal, foi correspondente da sucursal do Porto do jornal Público, diretor do jornal Correio de Peniche e assessor de imprensa da principal associação de mobiliário daquele país. É, também, pai orgulhoso de uma Duda legítima, a quem o livro é dedicado.



 

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