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Concerto abertura 17ª Feira do Livro de Ribeirão Preto

publicado em: 12/06/2017

Concerto Música Sinfônica Brasileira da USP-Filarmônica & Orquestra Jovem Acadêmica Alma marcou a estreia mundial mundial de obras compostas por Rubens Ricciardi, José Gustavo Julião de Camargo e Lucas Galon.

Um dos mais importantes eventos culturais da América Latina, a feira acontece de 4 a 11 de junho e traz uma programação diversificada com mais de 260 atividades, promovidas pela Fundação do Livro e Leitura de Ribeirão Preto em parceria com o Ministério da Cultura, Governo do Estado de São Paulo, Secretaria da Cultura e Prefeitura Municipal de Ribeirão Preto e Usina Alta Mogiana.

“Homenageando a produção de escritores portugueses, com o poeta Fernando Pessoa em destaque, o espetáculo de abertura inova com obras lítero-musicais inéditas e compostas especialmente sob encomenda aos compositores ribeirão-pretanos, Rubens Russomanno Ricciardi, José Gustavo Julião de Camargo e Lucas Eduardo da Silva Galon”, explica a presidente da Fundação do Livro e Leitura, Adriana Silva (curadora da feira). O concerto também apresenta jovens cantores solistas ribeirão-pretanos ou radicados em Ribeirão Preto, alunos ou ex-alunos da Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Ribeirão Preto.

O diretor artístico e regente do concerto, Rubens Russomano Ricciardi, avalia que a Feira Nacional do Livro de Ribeirão Preto vem se consolidando há 17 edições como um dos principais eventos literários e envolvendo os mais diversos projetos editoriais no Brasil. É a primeira vez que a USP - Filarmônica (orquestra da USP-Ribeirão) participa da feira, numa parceria com o Projeto Alma. Para o regente abre-se um novo e fecundo caminho no qual literatura e música se encontram definitivamente - já que foi feito um trabalho autoral com a criação de composições para o espetáculo. “Obras literárias receberam versões vocal-sinfônicas inéditas numa unidade instigante entre poética literária e poética musical. A feira passa a ser também sede da música do aqui e agora, reunindo não só no concerto de abertura solistas cantores e músicos instrumentistas, mas valorizando artistas locais”.

O concerto marca a estreia mundial destas obras que serão apresentadas ao público. A produção inédita é inspirada na canção sinfônica brasileira de meados do século XX, que tem nas figuras de Claudio Santoro e Gilberto Mendes suas principais referências. Os dois cancionistas protagonistas são precursores da Bossa-Nova e se encontraram com poetas como Antonieta Dias de Moraes e Vinícius de Moraes, cuja obra resultante refuta a auto-proclamação de Richard Strauss como último cancionista sinfônico da história. Ricciardi ressalta que fontes primárias de Claudio Santoro e Gilberto Mendes integram as coleções do Centro de Memória das Artes da USP-Ribeirão, tornando-se objeto de pesquisa e divulgação do NAP-CIPEM (Núcleo de Pesquisa em Ciências da Performance em Música). “Estas versões inéditas de Gilberto Mendes e Claudio Santoro são também referências importantes para os compositores hoje atuantes em Ribeirão Preto”.


Segundo Lucas Galon, diretor artístico-pedagógico da Alma, a orquestra jovem acadêmica une-se à Filarmônica USP, celebrando mais um concerto, fruto do convênio entre as entidades, em ambiente propício à difusão da música atrelada à literatura. “Este convênio proporciona aos alunos o contato com o universo do ensino superior em música e especialmente neste concerto de abertura da Feira do Livro. O evento tão aclamado da cultura ribeirão-pretana, permite que os alunos experimentem um ambiente fecundo, lidando diretamente com a arte contemporânea, uma vez que as obras são inéditas, de compositores locais, baseados em textos de poetas portugueses”.

Os ingressos para a abertura devem ser retirados na bilheteria do Theatro Pedro II, no dia do evento e estão sujeitos à lotação do espaço.

Sobre as composições e seus compositores

Rubens Russomanno Ricciardi escolheu para sua composição Agora que sinto amor, um dos mais fortes poemas de Alberto Caeiro, heterônimo de Fernando Pessoa - grande homenageado da Feira. As contradições na poesia de Alberto Caeiro formam a estrutura musical, marcada pela relação não menos contraditória de proximidade e distância com a filosofia de Nietzsche e a música de Wagner, entre romantismo dionisíaco lírico-sentimental e dramático, de um lado, e futurismo apolíneo técnico-científico, de outro. Os humores da poesia de Alberto Caeiro, num mundo da obra que oscila a cada verso entre o século XIX - do qual pretende se libertar por conta de seu suposto desequilíbrio, e seu século XX, que já pressupõe a superação em relação às amarras redutivas da tradição, são aqui revisitados num exercício de imaginação daquilo que seria a música do próprio Fernando Pessoa: o moderno que se finge romântico, sendo deveras romântico.

Agora que sinto amor
Tenho interesse no que cheira.
Nunca antes me interessou que uma flor tivesse cheiro.
Agora sinto o perfume das flores como se visse uma coisa nova.
Sei bem que elas cheiravam, como sei que existia.
São coisas que se sabem por fora.
Mas agora sei com a respiração da parte de trás da cabeça.
Hoje as flores sabem-me bem num paladar que se cheira.
Hoje às vezes acordo e cheiro antes de ver

(Alberto Caeiro / Fernando Pessoa)

Lucas Eduardo da Silva Galon escolheu um clássico português como autor literário para sua composição musical: Luis de Camões e seu poema Busque Amor novas artes, novo engenho. A ideia de se atrelar às artes a condição de engenho fecundo remonta a Plínio Velho, ainda na Antiguidade Romana. O grande Camões, contudo, vai além. Entre contrastes e mudanças, coloca-se destemido em suas inovações - não obstante sua dor incontornável diante de algo maior que a própria invenção: o amor. O conflito insolúvel do amor marca a composição musical deste início do século XXI, num Camões revisitado, sempre já enaltecendo a atualidade da grande arte, mesmo aquela de séculos passados. Ou será que em nossos tempos sombrios já superamos até o mal do amor?

Busque Amor novas artes, novo engenho, 
para matar me, e novas esquivanças; 
que não pode tirar me as esperanças, 
que mal me tirará o que eu não tenho.

Olhai de que esperanças me mantenho! 
Vede que perigosas seguranças! 
Que não temo contrastes nem mudanças,
andando em bravo mar, perdido o lenho.

Mas, conquanto não pode haver desgosto
onde esperança falta, lá me esconde 
Amor um mal, que mata e não se vê.

Que dias há que n'alma me tem posto 
um não sei quê, que nasce não sei onde, 
vem não sei como, e dói não sei porquê (Luis de Camões)

José Gustavo Julião de Camargo, em seu Venid a sospirar, compõe obra inédita para canto com orquestra tendo por base a tradicional melodia renascentista portuguesa do século XVI, oriunda do Cancioneiro de Elvas. A graça do poema erótico-amoroso camponês se traduz num feliz encontro de sonoridades luso-brasileiras de diversas épocas. Ritmos populares brasileiros se alternam à síncope renascentista portuguesa numa poli-estilística singular. Supera-se o espírito excludente, sectário e ensimesmado da velha vanguarda auto-proclamada, já há muito cansada e exaurida em sua aridez e pobreza de mundo, para se redescobrir, de mente aberta, o velho gênero da canção popular, abrindo-se novas possibilidades de poéticas musicais, cujo experimentalismo justamente consiste em revisitar a história, reavaliando os objetos de nosso passado numa perspectiva includente.

Venid a sospirar

al verde prado,
comigo Zagalejos

y vos pastores,
pues muero sin morir

de mal d'amores (poeta anônimo português do Cancioneiro de Elvas, século XVI)



 

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